
O mercado de seguros brasileiro registrou em junho de 2025 um cenário de divergência entre as modalidades de automóveis e motocicletas. Segundo o mais recente relatório do Índice de Preços do Seguro de Automóvel (IPSA) e Moto (IPSM), divulgado pela TEx, o seguro de moto fechou o mês em 9,9%, igualando o pico observado em dezembro do ano anterior, enquanto o seguro de automóvel manteve-se estável em 5,3%.
Motos Sob Pressão de Alta
O IPSM apresentou alta pelo terceiro mês consecutivo, rompendo com a estabilidade observada em 2024. A escalada dos preços reflete o aumento dos riscos associados à frota de motocicletas, impulsionado por fatores como maior frequência de sinistros, uso intensivo dos veículos e maior fragilidade estrutural.
“A diferença entre os dois índices se manteve entre 3,8 e 4,6 pontos percentuais ao longo dos últimos 13 meses, evidenciando as dinâmicas distintas de precificação entre os mercados”, aponta o relatório.
Automóveis em Trajetória Suave
O seguro de automóvel, por sua vez, manteve comportamento estável, variando entre 5,2% e 5,7% no período analisado. O IPSA de 5,3% registrado em junho reforça a estabilidade de preços no segmento automotivo, contrastando com a volatilidade observada no mercado de motocicletas.
Perfil Demográfico Influencia Preços
O estudo revela disparidades significativas nos preços conforme o perfil do segurado. No segmento de motos, homens solteiros pagaram 11,6% do valor do veículo em seguro, enquanto viúvos pagaram 8,5%. Entre os automóveis, a diferença entre homens solteiros (6,7%) e viúvos (3,7%) chegou a 3 pontos percentuais.
A idade também se mostrou fator determinante: jovens de 18 a 25 anos pagaram 15,4% no seguro de moto, contra 7,0% para pessoas com 56 anos ou mais. No seguro auto, a diferença foi de 9,5% para 4,4%, respectivamente.
Geografia Impacta Custos
O relatório evidencia a importância da localização na precificação dos seguros. A região metropolitana do Rio de Janeiro registrou os maiores índices: 6,8% para automóveis e 13,9% para motos. Em contraste, Fortaleza apresentou as menores taxas: 3,6% para carros e 8,4% para motocicletas.
Dentro das cidades, as variações por zonas são significativas. Em São Paulo, a Zona Norte pagou 35% a mais que o Centro no seguro auto e 37,2% a mais no seguro de moto.
Veículos Elétricos em Alta
Entre os dados veiculares, destaca-se o comportamento dos veículos elétricos, que lideraram o IPSA em junho com 4,3%, superando gasolina (4,2%) e diesel (3,1%). Os híbridos mantiveram-se como a opção mais acessível, com 3,2%.
A idade do veículo também influencia significativamente os preços: carros com 6 a 10 anos pagaram 102,9% a mais em seguro comparado a veículos zero quilômetro.
Seguro Novo Mais Caro
O estudo mostra que contratar um seguro novo é mais caro que renovar com a mesma corretora. Em junho, seguros novos registraram 6,8% no IPSA e 10,5% no IPSM, evidenciando que a fidelização do cliente pode resultar em economia significativa.
O IPSA e IPSM são índices criados pela TEx, parte da Serasa Experian, para acompanhar os preços dos seguros de automóvel e moto no Brasil. Os dados são baseados em veículos de até 10 anos nas principais regiões metropolitanas do país.